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quarta-feira, 28 de julho de 2010

20.


Agosto se aproxima em 3 dias. Significa que em 23 dias eu mudo de idade. E eu paro e penso, mais um ano. Há 20 anos atrás eu saia do ventre desse ser maravilhoso que é a minha mãe, não me importava com nada ,não me importava se era dia ou noite, eu só vivia.

A vida é uma coisa muito engraçada, não consigo me lembrar quando foi que eu pedi pra nascer, em que momento exato é que eu disse que eu estava realmente pronta pra enfrentar essa tal de vida? Acho engraçado como ninguém me perguntou nada, ao menos eu não lembro.

Só sei que não tenho do que reclamar, recebi um pai e uma mãe, que em meio de tantas brigas me proporcionaram as melhores experiências, me mostraram os melhores lugares e me permitem viver como eu quero.

De 20 anos, 7 eu passei na Tunísia, carrego comigo uma saudade eterna, dos lugares, das pessoas, da cultura. Sinto falta de parar 5 vezes ao dia porque chegou a hora de rezar, sinto falta do cheiro da baguete de manhã e na hora do almoço. Sinto falta até de viver em um internato, de estar cercadas de pessoas do mundo todo, de ouvir 3 idiomas ao mesmo tempo e não sentir medo de estar tão longe de casa. Sinto falta de me sentir em casa, mesmo com kilometros distancia.

Voltei pro Brasil em 2004, voltei a escola, voltei a escrever em português, perdi o sotaque carregado e pude voltar a me sentir brasileira. Me lembro do primeiro carnaval de rua, como tudo era novo pra mim e tão comum pros outros. Me viciei em novela, porque brasileiro que se prese tem que gostar de novela. Descobri o que era o mIRC, torcia nos dias de JEMs, passava tarde com as amigas e comi muito Mc Donalds, porque na Tunísia, por ser muçulmano é proibida a entrada de produtos americanos..

E já se passaram 6 anos que eu estou em São Luís, às vezes eu paro e penso, e repito comigo 6 anos? O que essa cidade me deu em 6 anos?

Me deu um lar, uma casa, minha família mais perto, primos, e acima de tudo amigos. Amigos que eu conto nos dedos, e colegas que fazem das minhas festas, dos meus dias, de algo bem mais feliz.

Sou filha única e não consigo me sentir só, em nenhum momento. Me sinto cercada de pessoas que são especiais, e por ironia do destino apreendi a classificar quem merece ou não ficar do meu lado, ou melhor, em quem eu posso confiar.
Ainda erro, é claro. O meu radar não é 100%, ainda deixo algumas pessoas que não valem a pena fazerem parte dos meus 20 anos, mas sem elas eu não saberia dar valor a quem realmente importa.

Aquela frase que diz: "Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos..." é uma verdade pra mim, consigo ter um carinho absurdo por tanta gente, que eu nem sei como esse coração aguenta. Eu admito, que hora ou outra alguns me deixam com raiva, que existem brigas, que nem sempre todo mundo entende as minhas escolhas. Mas os meus amigos de verdade, permanecem ao meu lado.

Não tive um amor de verdade em 20 anos, mas admito que minhas paixões me tiraram um sono danado. Daqueles que a fome desaparece, que espera o telefone tocar, que o coração fica gelado e a barriga não para de gritar.
E cada dia mais, começo a ter certeza que amor vai além disso, além das incertezas, alem de jogos de sedução, além do ligo ou não ligo, ou vou não vou. Acredito que amor seja convivência, companheirismo e confiança.

Posso ser sincera? Não me preocupo quando ele vai chegar, se vai ser daqui há mais 20 anos, ou talvez uns 40? Eu realmente não ligo, até me divirto com as minhas desilusões, com as raivas, e acho mais graça ainda, quando me envolvo de novo e já nem lembro mais que uma hora doeu. Todo mundo merece uma chance de mostrar que pode ser interessante na tua vida, todas as paixões que eu tive me trouxeram alguma coisa, eu sempre cresci de alguma forma. Hoje eu lembro da dor que senti no fim do primeiro namoro, como eu achava que não ia sobreviver a primeira semana. Eu, com 16 anos, achando que o mundo tinha acabado ali. E logo depois, aparecia alguém novo, e revitalizava tudo.

O ser humano tem o poder de se recriar, de sempre se superar. Não entendo essas pessoas que caem na depressão, quer dizer, até entendo. E nesse final de semana, um desconhecido me disse uma frase que me marcou, ele virou e me falou: Você só vive um relacionamento ou sofre, porque você se permite. E eu passei o resto da noite pensando nisso, quantas vezes eu não exagerei numa situação, quantas e quantas vezes não transformei uma briga em algo absurdo? Eu me permitia sofrer, eu. Não é ninguém que te faz sofrer, é você, o sofrimento é seu, não do outro.

Há 3 anos e meio entrei na faculdade, faço um curso que eu achei que amaria pra sempre. Posso assumir, que às vezes abuso de direito, não quero ver leis, não quero saber de código nenhum. Essa justiça que se dane. Hora ou outra me pego pensando em fazer outra coisa, acho que vou poder escrever sobre isso daqui há uns 5 anos. Paro e penso que no final do ano que vem devo estar me formando. Aí eu terei que trabalhar mais, do que eu já trabalho no meu escravismo de meio período. Pergunto se Deus não vai me mandar os números da mega-sena? Deixaria o resto dos meus anos bem mais tranquilos..

São 20 anos que nessas linhas já se parecem semanas, é uma auto-biografia sincera de quem ainda tem muita vontade de descobrir o que é a vida e o que ela quer da gente.

terça-feira, 20 de julho de 2010

shiii


Posso falar? Desconfio de pessoas que gritam sua felicidade aos quatros cantos, na verdade, acho que esse tipo de gente é mais triste que as outras.
É aquela coisa de ter que provar que estar bem, que tudo é maravilhoso, que o sol ta lindo, que achou o amor da sua vida, que tem o melhor salário do mundo.

Meus amigos, quem está feliz não precisa disso, não tem tempo pra estar “espalhando” essa alegria toda. Não estou dizendo que você aí não esteja realmente feliz, não duvido disso, mas posso te dar um conselho? Guarda essa felicidade toda dentro de um potinho e toma conta dela.

Tem um certo tipo de gente que fica infeliz com a toda a tua alegria, ninguém precisa saber o que anda se passando na tua vida, entendeu?
Chega de frases no MSN, para de gritar no twitter, guarda teu status do Orkut pra uma coisa que seja menos pessoal e vai ser feliz!

E isso serve para tua infelicidade também, está passando por momentos difíceis? Teu cachorro faleceu? Teus pais separaram? Ele te largou? Engole esse choro e não deixa ninguém ver tuas lagrimas, as pessoas simplesmente não se importam, isso é algo que você vai ter que entender.
Elas podem até ficar comovidas, um amigo de verdade vai guardar sua própria dor pra ficar do teu lado, mas e o resto? O resto não vai parar o seu cotidiano pra prestar luto a tua infelicidade. E o resto do resto? Ainda vai achar “lindo” a tua tristeza, do tipo: Eu avisei, Ah! Foi merecido..

Sentimento é coisa pessoal, que só interessa a você e com quem tem que ser compartilhado.... os outros só precisam ver o teu sorriso sempre, ninguém precisa entender o que está por trás dele.

domingo, 18 de julho de 2010

mudanças


Dizem que a mudança é a lei da vida, que tudo muda toda hora, que se ficarmos sempre presos aos velhos conceitos e situações as coisas não florescem, não evoluem.

Eu tenho medo de mudanças, tenho sim. Tenho dificuldades em acompanhar a rapidez com que as pessoas se transformam, a rapidez com que as emoções acabam desaparecendo, a rapidez do dia em virar noite e vice-versa. Assumo que às vezes me pego perdida em tanto caos pessoal ou externo, quando não consigo entender o que se passa na cabeça alheia e nem na minha.

Eu tento mudar, mas sempre acabo voltando às mesmas decisões ou acabo mantendo uma opinião, vai ver não tive muita sorte quando fui contra minha própria consciência.
Entendo que existem situações que pedem a mudança, seja porque o sofrimento é inevitável, ou porque simplesmente chegou a hora de encarar que é preciso deixar de lado uma situação, uma pessoa, um emprego, uma faculdade. Há mudanças necessárias, isso é inevitável.

Acho que cheguei em uma fase que preciso encarar mudanças, chegou a hora de tomar decisões diferentes, de escolher o que realmente vale a pena, em quais situações eu quero estar envolvida, quais as pessoas que merecem estar ao meu lado, quais os amigos que estão ou não me fazendo bem, quem eu devo ou não deixar se aproximar, quem merece o voto de confiança, pra quem eu devo pedir perdão e quem eu devo perdoar. Se o emprego continua valendo a pena, se meu curso é realmente Direito ou se eu não deveria fazer letras. (?)

Se você parar pra pensar dá pra mudar tanta coisa, dá pra fazer diferente, sei que falta coragem ou vontade, ou as duas coisas. Mas não custa tentar..

Hoje só quero deitar a cabeça nesse travesseiro e saber que as mudanças passadas foram boas, e que as que estão vindo serão ainda melhores, porque se o ciclo natural é realmente esse, tem que existir um sentindo pra tanta transformação, por mais que as rédeas da vida não sejam minhas e sim de uma força maior, ainda posso torcer para que o caminho que elas seguindo seja o melhor.

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Prefiro abraço do que beijo
Gosto do doce depois do salgado
Quero amor, mas só se for verdadeiro
Aceito momentos que me façam crescer
Tenho arrependimento do que poderia ser remediado
Choro quando dói
Peço perdão se for preciso
Sinto saudades do que foi bom, e do que não foi também
Mudo de idéia, da cor do cabelo, o gosto por música
Sou tão clichê, e você ainda acha que é difícil entender?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Você desistiu tão facilmente.

Quando falei que ia voltar é porque queria que você me pedisse pra ficar

É tão dificil de se decifrar?

As palavras que foram ditas já não soam tão verdadeiras, é como se cada som rimasse com mentira, como se cada abraço fosse só uma brincadeira.

Pode não ser hoje ou amanhã, mas vai passar. E eu vou reler esse texto e dizer: foi só mais um engano, como todos os outros que eu já cometi.

Do que eu posso me orgulhar? Eu me amei mais, mais que as promessas, mais que as mentiras, mais que os abraços, mais que os sorrisos, eu me amei mais que os bons e os maus momentos, e eu soube o momento de deixar de lado o que me fazia bem, porque o que me fazia rir era o mesmo que me maltratava.

Tem certas coisas que você escuta e não acredita, e não é porque elas são absurdas, mas porque você não quer que elas sejam verdades. Você pensa que vale a pena lutar, mas aí você cansa, cansa porque amanhecer angustiada já não vale a pena, cansa porque a missa das 6 se torna nostalgica, cansa porque você não aguenta mais se vigiar e vigiar os outros. Cansa porque na verdade você vê que está só, quando não deveria.

Nem todo mundo vive o mesmo momento que você, e não existe ninguem que vai ser a imagem perfeita do que você quer, os defeitos estão aí pra exaltar as qualidades, mas a partir do momento, que a desconfiaça surge, que no lugar daquela sensação boa, não tem nada além de vazio e um aperto que aparece de hora em hora, você percebe que chegou a hora de jogar a toalha, olhar pra frente e continuar, porque o mundo vai te fazer esquecer essa sensação de engano, de ter falhado.

E com o tempo você percebe que ninguem errou, que ninguem teve culpa, que ninguem era anjo ou demonio. Você simplesmente percebe que tinha que ser assim, as coisas podem não fazer sentido agora, mas com o tempo tudo fica mais claro e cada um volta pro lugar de onde nunca deveria ter saido.