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terça-feira, 10 de setembro de 2013

vendo além

Essa semana saí pra jantar e vi um casal na mesa ao lado que provavelmente se conheceu recentemente, era visível pela falta de intimidade entre eles.

Aquela sensação do primeiro encontro, quando você não sabe ainda onde colocar as mãos, se pode mexer no celular ou não, se assume que odeia refrigerante já que ele acabou de pedir uma coca-cola.

E fiquei lembrando que essa é uma das fases mais gostosas do começo de um relacionamento, seja qual for o desfecho dele.

Até porque o fascínio pelo desconhecido é algo que todos temos, e é simplesmente incrível poder idealizar uma pessoa como gostaríamos que ela fosse.

Não tem nada mais interessante do que descobrir qual o perfume que ela usa, o que gosta de comer, a cor preferida, o nome da mãe, de onde a família vem. E aquela vontade de dar um "gritinho" cada vez que o seu gosto bate com o dela.

Se os signos combinarem então.. uma ajuda dos astros é sempre bem-vinda.

E acho que percebi que o amor  nasce assim, nesse começo tímido, nessas curiosidades que brotam não sabemos de onde, naquela primeira troca de olhar, no primeiro sorriso.

Na sede do outro que parece não cessar.

Momentos de paixão como esses que surgem sem a gente perceber, são momentos que vão muito além da beleza, porque a beleza sempre perde pro tempo, sempre. Não há um par de olhos verdes  que não perca para uma alma interessante, para a paisagem de dentro.

E vamos desejando (eu vou desejando) pessoas que possuam um mundo dentro delas, que te façam sentir essa sede de conhecimento como quando pegamos um livro novo e não conseguimos parar de ler até chegar ao fim, e que talvez,  o seu livro não tenha esse fim e se tiver que sejam daqueles que te deem vontade de ler de novo, de viver de novo.

Porque enxergar o que as pessoas tem de melhor e ter vontade de descobrir mais de cada uma delas é um dos maiores presente que podemos levar nessa existência.

Se isso tudo não for um tipo de amor, ainda que meio torto, eu não sei o que é.